O incêndio do Cairo em 1952
APRESENTAÇÃO
A maioria dos judeus que viviam no Egito e que vivenciaram este evento, e que então deixaram este países para outros países viram nestes incêndios que devastaram vários estabelecimentos - incluindo a maioria deles pertencia a estrangeiros não necessariamente judeus, que um acordo violento e racista gratuito dirigido contra a propriedade de sua comunidade e contra eles como judeus Para entender por que esse trágico evento ocorreu neste exato momento da história sociedade egípcia, teremos que buscar as premissas políticas, sociais e econômicas que levaram a essas incêndios na maior parte do Cairo. Esses atos perpetrados por grupos bem organizados não eram espontâneos e livres porque eram fruto de grande descontentamento e revoltas várias camadas da população egípcia. O incêndio do Cairo deve, portanto, ser colocado no contexto político que se opôs ao governo egípcio na época e vários partidos e grupos políticos e forças policiais para os ingleses. Então, qual era esse contexto?
CAUSAS HISTÓRICAS
O Egito foi colonizado pela Inglaterra desde 1882. Não entrarei em detalhes dos eventos históricos que ocorreram desde aquela data. Em 1936, um novo tratado anglo-egípcio limitou a presença administrativa e militar dos ingleses que agora têm o direito de manter suas tropas por 20 anos na Zona do Canal de Suez, e em caso de guerra, o Egito, aliado de fato com a Inglaterra, terá que colocar seu território e suas infra-estrutura que serve Londres. A Inglaterra estava interessada em manter esta área sob controle total porque o Canal de Suez tinha um grande importância estratégica como corredor marítimo que liga os Estados Árabes e o Oriente Médio ao resto da Europa, transitando, entre outras coisas, petroleiros. Os impostos arrecadados para o passagem desses inúmeros navios constituía uma interessante fonte financeira para a economia Inglesa. Em 8 de outubro de 1951 - e sob a pressão das manifestações no Cairo - Moustapha El Nahhas Pasha apresenta ao Parlamento egípcio um projeto de lei que denuncia unilateralmente este Tratado Anglo-Egípcio querendo assim pôr fim à tutela inglesa sobre o Egito. As multidões egípcias saem às ruas e aplaudem Nahhâs Pasha e os egípcios são determinado a ver seu país soberano sem a presença dos ingleses.
(...)
O governo inglês recusa o questionamento pelo governo egípcio do tratado de 1936. A zona do Canal é colocada sob vigilância dos ingleses, os pontos estratégicos são ocupados, bloqueios de estradas são instalados nas estradas e patrulhas inglesas cruzam a região. Um toque de recolher do crepúsculo ao amanhecer está em vigor e as famílias dos oficiais britânicos são instadas a deixar suas casas e se estabelecer em acampamentos. Parte da frota britânica é enviada para o Mediterrâneo oriental e áreas circundantes do Canal de Suez. O contingente do exército inglês é aumentado e chega a 64.000 homens em 31 de dezembro de 1951
(Transcrição parcial Ref: Família Douek 50 Anos no Brasil)